Caso Wolff: o que acontece na história que coloca Susie e Toto na mira da FIA

Um dos casais mais emblemáticos do esporte a motor sob a mira da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Entenda por que Toto e Susie Wolff estão sendo investigados por troca de informações

A temporada 2023 mal se encerrou na pista, e a Fórmula 1 viu os bastidores da categoria entrarem em ebulição esta semana, tudo por conta de uma fagulha lançada sobre um dos casais mais emblemáticos do automobilismo: Toto e Susie Wolff. E tudo isso após a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) tornar público que investiga uma possível troca de informações sigilosas entre eles.

De um lado, o chefe e acionista da Mercedes, equipe oito vezes campeã da principal categoria do automobilismo mundial nos monopostos. Do outro, a diretora da F1 Academy, série voltada exclusivamente para mulheres e de propriedade da Formula One Management (FOM), que gere a parte comercial da Fórmula 1. Casados desde 2011, ambos agora estão na mira da FIA pelo que se chamou de um “conflito de interesses”.

Mas a desconfiança não surgiu do nada, afinal, Susie e Toto, que são ex-pilotos, são casados há 12 anos e sempre atuaram em cargos proeminentes dentro do automobilismo. Antes de se tornar diretora da F1-Academy, teve uma passagem bem-sucedida como diretora-executiva da Venturi na Fórmula E. A competência profissional de ambos, portanto, sempre foi de conhecimento de todos. Acontece que um simples comentário feito por Toto durante uma reunião entre os times soou de forma diferente.

Quem revelou o fato foi a revista Business F1. A publicação apontou que a fala do chefão da Mercedes virou alvo de reclamações dos adversários, pois entenderam que a informação só poderia ter vindo da Formula One Management. E quem é a pessoa diretamente ligada a Toto que trabalha no órgão? A esposa, Susie.

Toto Wolff é o chefão da Mercedes e casado com Susie desde 2011 (Foto: Rodrigo Berton/Warm Up)

A revista não detalhou qual teria sido o teor do comentário feito por Toto. Contudo, foi suficiente para fazer o departamento de compliance da FIA abrir investigação sobre possíveis troca de informações entre o casal. A notícia veio a público na terça-feira, 5 de novembro. O processo foi aberto após reclamações de outros chefes de equipe da Fórmula 1 sobre as atividades da dupla. Em nota, a federação disse estar “ciente da especulação de mídia centrada na alegação de que informações confidenciais estão sendo passadas a um chefe de equipe de F1 por um membro da FOM. O departamento de compliance da FIA está investigando o assunto”.

A partir daí, foi uma avalanche. No mesmo dia, horas depois da notícia da investigação se tornar pública, a Mercedes se pronunciou. Também em nota oficial, a equipe de Brackley chamou o comunicado da FIA de “genérico” e disse que as acusações eram “infundadas”. A declaração foi seguida pela própria Fórmula 1, que saiu em defesa do casal Wolff e revelou não ter sido avisada previamente da investigação.

“Temos total confiança de que as alegações são falsas e temos procedimentos robustos que garantem isolamento em caso de qualquer potencial conflito de interesses. Estamos confiantes que nenhum membro do nosso time fez qualquer divulgação não autorizada a um chefe de equipe”, afirmou a categoria.

Susie também não demorou a se manifestar. Por meio das redes sociais, ainda na terça-feira, a dirigente começou o texto dizendo-se “profundamente insultada, mas tristemente não surpresa” pelas acusações, classificando-as como fruto de um “comportamento intimidatório e misógino, centrado mais no meu estado civil do que nas minhas habilidades”.

As outras nove equipes do grid, então, decidiram se unir em defesa de Susie num movimento inédito: na quarta-feira (6), por volta das 14h30 (de Brasília, GMT-3), Red Bull, Ferrari, McLaren, Williams, Haas, AlphaTauri, Alpine, Alfa Romeo e Aston Martin lançaram um comunicado em conjunto negando qualquer participação na investigação e garantindo confiança total na categoria e nos Wolff. O texto ainda serviu para desmentir a informação sobre a reclamação contra o casal.

“Podemos confirmar que não fizemos nenhuma reclamação à FIA sobre a alegação de informações confidenciais sendo compartilhadas entre um chefe de equipe da F1 e uma membra da equipe da FOM. Estamos felizes e orgulhosos em apoiar a F1 Academy e seu diretor administrativo através nosso compromisso em patrocinar um competidor com nossas cores a partir da próxima temporada”, escreveram os times em comunicados publicados também nas redes sociais.

Investigação à parte, a situação só expôs mais uma faceta de como a relação FIA × Fórmula 1 está cada vez mais insustentável. Uma reportagem da BBC Sport ainda revelou o Liberty Media não descarta romper de vez com a entidade reguladora caso Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, continue “prejudicando a imagem do esporte”. Tal situação, inclusive, já foi considerada no passado, nos tempos de Bernie Ecclestone como mandatário da entidade.

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